As Principais Linhas da Biologia Forense e Como Auxiliam na Resolução de Crimes.
- giulia lucheta
- 16 de mai. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de jun. de 2021

A ciência forense é uma área muito ampla e seu principal objetivo é o auxilio nas investigações na justiça, principalmente na área criminal, mas também é amplamente usada em subáreas como a Toxicologia Forense, Química Forense, Genética Forense, Entomologia Forense.
Através de técnicas de identificação e análise do DNA, a partir da década de 80, a ciência forense cresceu, mostrando-se como uma poderosa ferramenta humana de investigação. Atualmente, parte da população começou a se interessar pelo desvendamento de crimes, observado através do aumento de programas de televisão como filmes e documentários sobre o assunto.
Para a correta coleta de evidências, objetos e situações devem ser preservadas de forma adequada, ou acabam perdendo seu valor científico para a investigação. Para a identificação correta de análises de DNA, deve-se seguir parâmetros rígidos em todas as etapas do processo. Na cena onde ocorreu um crime violento, é comum encontrar um grande número de amostras biológicas, portanto, muitas vezes é necessário o papel do perito criminal, cujo profissional adquiriu aptidões específicas, e possui o papel de encontrar e analisar a “evidência invisível”, detalhes como cabelo, pele, fluidos corporais, fibras microscópicas: vestígios importantes para o quebra-cabeça.
No Brasil, atualmente, sabe-se que as forças policiais agem em três vias simultâneas: o primeiro é o policiamento ostensivo, que nada mais é do que o confronto físico direto com os criminosos, o segundo a investigação realizada pela polícia civil e a terceira a pesquisa de vestígios nas cenas do crime, sendo uma responsabilidade de um perito criminal.
A “Genética Forense” ou “DNA Forense” é a área do conhecimento que trata da utilização dos conhecimentos e das técnicas de genética e de biologia molecular no auxílio à justiça. No Brasil, a primeira análise de material genético se deu em 1994, no laboratório da Polícia Civil do Distrito Federal. A identificação humana por DNA é uma ferramenta poderosa para casos de paternidade, assim como tipagem de evidências biológicas coletadas em cenas de crime como estupro, homicídio, rapto, troca ou abandono de crianças e também na identificação de restos mortais em desastres ou campos de batalha. Contudo, devem-se utilizar os conhecimentos científicos, tecnológicos e métodos de análise, para que essa associação seja feita de maneira correta. Caso alguma amostra física e biológica, seja coletada de maneira incorreta, não permitem obter bons resultados ou perdem seu valor científico.
A Genética Forense permite a identificação de suspeitos em caso de crimes sexuais, identificação de cadáveres carbonizados ou em decomposição, identificação de cadáveres abandonados, abortos provocados, falta de assistência durante o estado puerperal, investigação de paternidade em casos de gravidez resultante de estupro, estudo de vínculo genético em casos de seqüestros e tráfico de menores, entre outros.
O método de coleta dependerá do estado e condição das amostras, mas sempre é necessária uma coleta com quantidade significativa. Amostras devem ser mantidas em ambiente frio e seco evitando que sua atividade biológica não seja perdida. Assim, o próprio perito ou a sua instituição podem produzir um “kit” de materiais para coleta que devem ser preservador e usados apenas para essa finalidade. No perfil de DNA, somente algumas regiões do DNA são analisadas. As regiões escolhidas são aquelas que apresentam maior variação individual e facilidade de estudo. Essas regiões são denominadas de marcadores genéticos ou moleculares.
Os tipos mais comuns de amostras são de sangue, sêmen, cabelo, saliva, urina, pele, unha, ossos, líquidos amnióticos, vilosidade coriônica, fígado, músculo, suor e fezes.
Bancos de Dados Criminais são utilizados para fazer comparação dos perfis genéticos obtidos de suspeitos com os cadastrados no banco e identificação de criminosos a partir de outros crimes. Essa tecnologia pode ser usada para provar inocência ou culpa dos suspeitos.

A entomologia associada à toxicologia também associa-se a pericia criminal. A entomotoxicologia estuda a aplicação dos insetos necrófagos na análise toxicológica a fim de identificar drogas e toxinas presentes em um tecido e também investiga o efeito causado por estas substâncias no desenvolvimento dos artrópodes para aumentar a precisão na estimativa de morte. Os dípteros da família Calliphoridae e Sarcophagidae, conhecidos como varejeiras são freqüentes envolvidos na estimativa do IPM, pelo fato de serem velozes e os primeiro a chegarem na carcaça.
O botânico forense é o profissional que trabalha com vestígios de plantas, empregando várias técnicas de análise às provas recolhidas no local do crime, incluindo pólen, fragmentos e resíduos de plantas, compostos químicos e DNA das plantas. Essa área tem ajudado na solução de casos de assassinatos, em mortes acidentais, ou indagando casos de mortes por meio de conexões entre a causa e a hora da morte, apontando ligações entre a identificação do criminoso e o crime, estabelecendo o local do delito e a época da morte através de pistas vegetais. As possibilidades de se aplicar a botânica no âmbito criminalístico são, portanto, muito amplas. Pode servir na investigação de toxinas vegetais e contribuir na análise do conteúdo estomacal de pessoas envenenadas.

O perito criminal responsável estuda a classificação e dispersão dos grãos de pólen, as análises macro e microscópica de anatomia vegetal, os testes histoquímicos, e a extração e identificação de DNA para a identificação de espécimes, entre outros.
Toxicologia Forense é a ciência que define os limites de segurança dos agentes químicos, entendendo-se como segurança a probabilidade de uma substância não produzir danos em condições específicas, pode ser também definida como o estudo dos agentes tóxicos que interagem com os sistemas vivos por meio de processos químicos. Através do avanço tecnológico, a toxicologia forense também se moderniza constantemente, pois novos “venenos” são descobertos diariamente.
Na cena do crime, primeiramente, realiza-se uma observação do local como um todo, registrando informações relevantes. Somente então, inicia-se a escolha e colheita dos vestígios. A partir desse momento, é fundamental manter o procedimento de garantia do material coletado. Os exames têm por objetivo diagnosticar intoxicações, que podem ser acidentais, voluntárias ou intencionais. As análises que visam identificar e quantificar o agente tóxico são realizadas tanto em fluidos biológicos, como em água, alimentos e medicamentos. Pode ser aplicada em diversos segmentos, como dopagem no esporte e assuntos regulatórios, porém sua principal finalidade é identificar substâncias que possam estar relacionadas a um crime.
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